Simon Migliano é um especialista em VPNs reconhecido mundialmente. Ele já testou centenas de serviços de VPN e suas pesquisas foram apresentadas na BBC, no New York Times e outros.
Uma rede privada virtual (VPN) é um tipo de software executado em segundo plano enquanto você usa a internet. Ela estabelece uma conexão criptografada entre seu dispositivo e um servidor remoto, ocultando sua localização física de sites e aplicativos que visita. Permite que contorne restrições geográficas e outros tipos de censura na internet. Também impede que terceiros vejam sua atividade de navegação ou interceptem seus dados em redes hostis.
Resumo: o que é uma VPN e por que você precisa de uma?
Use as seções de perguntas e respostas abaixo para obter um rápido resumo do que são VPNs, o que fazem e quais são suas limitações.
O que é uma VPN?
VPN é a sigla em inglês para rede privada virtual. É um tipo de software que estabelece conexões seguras e privadas na internet (ou qualquer outro tipo de rede pública).
Há diversos tipos de VPN, mas as mais comuns são as pessoais, aplicativos executados em segundo plano no seu dispositivo.
As VPNs pessoais geralmente oferecem uma rede com diversas localizações de servidor a que pode se conectar. São usadas para contornar restrições geográficas e proteger sua privacidade e segurança na internet.
Outros tipos comuns de VPN incluem VPNs de acesso remoto e site a site. São frequentemente usadas por empresas para acessarem documentos internos com segurança na modalidade de trabalho remoto, ou para criar uma rede conjunta entre duas ou mais organizações em localizações físicas diferentes.
Como funciona uma VPN?
O software de VPN criptografa seu tráfego web e o repassa por um servidor remoto antes de chegar no site, serviço ou aplicativo desejado.
Todos os dados transmitidos entre o seu dispositivo e o servidor VPN são criptografados. Assim, garante-se que sua atividade de navegação e de comunicação sejam indecifráveis, mesmo se as transferências de dados forem interceptadas.
Além disso, sua conexão parecerá vir do servidor VPN e não do seu dispositivo atual. Isso oculta o seu endereço IP e localização “verdadeiros” de sites e aplicativos que visita, que podem ver apenas o endereço IP do servidor VPN escolhido.
Isso pode ajudar você a camuflar sua localização geográfica. Por exemplo, caso se conecte a um servidor VPN japonês, sites e aplicativos pensarão que você está no Japão.
Para que servem as VPNs?
Uma VPN pessoal tem duas funções principais: criptografar seu tráfego web e ocultar seu endereço IP, levando a vários casos de usos populares, incluindo:
Evitar monitoramento de provedores de internet e proteger sua privacidade online.
Desbloquear sites e serviços de streaming geograficamente bloqueados.
Contornar firewalls locais e evitar a censura governamental.
Evitar a limitação do provedor de internet e proteger sua atividade de compartilhamento P2P.
Manter a segurança em redes públicas Wi-Fi desprotegidas.
Em quais dispositivos posso usar uma VPN?
VPNs pessoais geralmente oferecem aplicativos e clientes de software nativos para:
iPhones e celulares Android
Computadores Windows, macOS e Linux
Navegadores Chrome e Firefox
Dispositivos Apple TV, Google Chromecast e Amazon Fire TV Stick
Roteadores Wi-Fi
Para dispositivos de streaming, incluindo dispositivos Roku, Smart TV, Xbox e PlayStation, é possível instalar uma VPN no roteador Wi-Fi. Isso irá proteger todos os dispositivos conectados à sua rede Wi-Fi.
Ainda que isso seja, em grande parte, gratuito, também é tecnicamente complexo. Você não poderá usar esse servidor para camuflar com flexibilidade sua localização geográfica e ele não protege sua privacidade do seu provedor de internet ou de qualquer um com quem a empresa compartilhe informações.
Quais são as desvantagens de usar uma VPN?
Usar uma VPN tem limitações e desvantagens importantes a se considerar:
A maioria das VPNs de qualidade cobram uma tarifa mensal de assinatura.
Todas as VPNs reduzem um pouco as velocidades de conexão.
Uma VPN não consegue fazer com que você fique completamente anônimo online.
Sua segurança depende do quão confiável seu provedor é.
Usar uma VPN é ilegal em um número seleto de países.
Uma VPN não irá proteger seu dispositivo contra a maioria dos malware e ataques cibernéticos.
Usar uma VPN aumenta seu consumo de largura de banda.
Mesmo a melhor VPN não consegue desbloquear todos os sites o tempo todo.
No restante do artigo, apresentaremos em detalhes tudo o que precisa saber sobre a tecnologia de VPNs e a ferramenta em si.
Caso tenha uma dúvida específica sobre VPNs, pode nos enviar um e-mail ou ir a um dos artigos a seguir para obter uma resposta completa:
Tem alguma pergunta específica sobre VPNs? Você pode encontrar respostas detalhadas nos artigos abaixo:
Somos completamente independentes e avaliamos VPNs desde 2016. Nossas notas são calculadas a partir de testes próprios, sem a influência de incentivos financeiros. Saiba quem somos e como testamos VPNs.
As VPNs pessoais se destinam a usuários de internet comuns que querem maior privacidade, segurança e liberdade online. Por esse motivo, às vezes também são chamadas de VPNs comerciais.
Em comparação, VPNs de acesso remoto, VPNs móveis e VPNs site a site, são todos tipos de VPNs corporativas. São voltadas a funcionários remotos que precisam de um acesso seguro a recursos internos.
Veja um resumo rápido de cada tipo de VPN e como diferem entre si:
VPNs pessoais
Um serviço VPN pessoal oculta seu endereço IP e histórico de navegação enquanto você navega na Internet em seu tempo livre.
Uma VPN pessoal oferece a usuários individuais um acesso criptografado a um servidor VPN remoto controlado por um provedor VPN.
Permite que usuários criem uma conexão segura com servidores em uma variedade de localizações, usados para proteger sua identidade, camuflar sua localização geográfica e evitar monitoramento enquanto navega pela internet.
Usando o Proton VPN, uma VPN pessoal, em um celular Android.
VPNs pessoais podem ser usadas na maioria dos dispositivos, incluindo em smartphones iOS e Android, computadores macOS e Windows, e até mesmo instaladas diretamente no roteador Wi-Fi em casa.
São o tipo mais comum de VPN e também o nosso foco aqui no Top10VPN.com.
VPNs de acesso remoto
As empresas usam VPNs de acesso remoto para manter informações importantes privadas.
VPNs de acesso remoto fornecem a funcionários um acesso criptografado à rede interna da empresa enquanto trabalham remotamente. É o tipo mais comum de VPN corporativa.
Ao contrário de VPNs pessoais, VPNs de acesso remoto não se destinam a usuários que querem acessar serviços e aplicativos online.
Em vez disso, o objetivo é permitir que funcionários acessem recursos, arquivos e aplicativos da empresa com segurança independentemente de onde estiverem fisicamente, para garantir que todos os dados da empresa que forem transmitidos sejam protegidos contra acesso não autorizado ou interceptação.
Uma conexão VPN móvel persiste mesmo quando há sinal fraco.
Uma VPN móvel é similar a uma VPN de acesso remoto, já que conecta, com segurança, funcionários à rede da empresa.
No entanto, ao passo que as VPNs de acesso remoto são destinadas a usuários que trabalham em localizações estáticas, VPNs móveis se destinam a usuários que regularmente alternam entre redes celulares e de Wi-Fi ou com conexões que tendem a cair ocasionalmente.
Uma VPN móvel é projetada para se manter conectada apesar de interrupções e instabilidade. Por isso, são particularmente úteis para trabalhadores sempre em movimento, como bombeiros e policiais.
NOTA: VPNs móveis são compatíveis com todos os dispositivos e redes de conexão. Elas não se destinam apenas a usuários de smartphones.
VPNs site a site
As empresas podem usar VPNs site-to-site se tiverem escritórios em locais diferentes.
VPNs site a site são usadas para expandir de forma segura uma única rede corporativa para incluir diversos locais ou escritórios espalhados por diversas localizações físicas.
São diferentes de outros tipos de VPNs corporativas, já que se destinam a conectar duas ou mais redes, em vez de conectar um funcionário individual à rede corporativa.
NOTA:no restante do artigo, iremos nos focar em VPNs pessoais, mas você pode ler mais sobre VPNs corporativas no nosso guia dedicado a tipos de VPNs.
Quais são as vantagens de uma VPN?
Há diversas informações falsas ou enganosas online sobre o que uma VPN consegue ou não fazer, o que dificulta decidir se realmente precisa de uma ou não.
Uma VPN pessoal tem duas vantagens principais:
Oculta seu endereço IP e localização geográfica de sites, serviços e aplicativos que usa. Sem essas informações, é muito mais difícil vincular sua atividade online à sua identidade, dificultando que seja monitorado, sofra Profiling ou bloqueio.
Oculta sua atividade do seu provedor de internet ou administradores da rede. Ao criptografar suas transferências de dados, é quase impossível que provedores de internet, operadoras de celular, administradores de rede e bisbilhoteiros em uma rede Wi-Fi pública vejam quais sites está visitando, arquivos que fez upload ou baixou, assim como dados pessoais inseridos em sites HTTP.
Veja os motivos mais populares para se usar uma VPN, segundo a pesquisa que realizamos em colaboração com a GlobalWebIndex:
Dados do relatório de uso global de VPNs.
Confira abaixo uma tabela que resume tudo o que você pode não pode fazer com uma VPN:
O que você pode fazer com uma VPN
O que você não pode fazer com uma VPN
Proteger-se de interceptações de tráfego e ataques man-in-the-middle ao usar redes Wi-Fi públicas inseguras.
Proteger-se de todos os tipos de ataques cibernéticos, em especial aqueles que fazem com que baixe malware ou a revele informações pessoais.
Camuflar sua localização para acessar filmes, séries, jogos eletrônicos ou eventos esportivos bloqueados geograficamente, indisponíveis na sua região.
Ocultar sua localização física de sites e aplicativos que usam monitoramento de localização por Wi-Fi. A maioria das VPNs também não consegue camuflar os dados de localização GPS do seu dispositivo.
Dificultar o monitoramento e registro da sua atividade de navegação por provedores de internet, anunciantes, escolas, empregadores e agências governamentais.
Uma VPN não irá impedir que uma entidade específica rastreie você por cookies, impressão digital, ou Profiling comportamental, por exemplo.
Impedir que seu provedor de internet limite sua conexão enquanto assiste a streaming, joga e baixa torrent.
Assistir à Netflix, à HBO Max ou a qualquer outro serviço de streaming gratuitamente.
Acessar sites e materiais censurados pelo governo ou desbloquear sites na escola e no trabalho.
Ocultar sua atividade de navegação de empregadores e administradores Wi-Fi em escolas que usam software de monitoramento de telas.
Contornar bloqueios de sites por IP.
Impedir que seu provedor de internet veja seu endereço IP e localização reais.
Evitar discriminação de preços por localização enquanto faz compras online.
Evitar táticas de discriminação de preços que usam monitoramento de cookies ou outras formas de Profiling com base no seu comportamento de navegação.
Permitir que funcionários remotos tenham acesso seguro e estável a arquivos e recursos sigilosos na rede interna da empresa.
Contornar bloqueios de sites por e-mail ou conta.
Ocultar quantos dados está consumindo do seu provedor de internet ou operadora. Uma VPN irá, na verdade, aumentar os dados usados.
No restante dessa seção, discutiremos em detalhes o que você pode fazer com uma VPN, e também tentaremos apontar equívocos frequentes relacionados ao que VPNs não conseguem fazer.
Ao criptografar e proteger suas transferências de dados, uma VPN protege você de criminosos que se aproveitam de hotspots Wi-Fi públicos desprotegidos em cafeterias, lojas, aeroportos ou hotéis.
Uma VPN pode ajudar você a se proteger contra todos esses tipos de ataques cibernéticos:
Eavesdropping: ao interceptar e ler seu tráfego web, um criminoso pode ver todas as informações que você revela em sites HTTP descriptografados, incluindo dados sensíveis como dados de cartão de crédito, senhas e histórico médico.
Ataques man-in-the-middle: ao interceptar e manipular seu tráfego web, criminosos podem encaminhar você para clones de um site em particular, o levando a revelar dados sensíveis como credenciais de acesso ou dados bancários. Isso é conhecido como Spoofing de DNS.Os criminosos também podem manipular seu tráfego web ao injetar malware para rastrear ou alterar sua atividade de internet, roubar informações pessoais armazenadas no dispositivo, ou até mesmo impedir que você acesse seus próprios arquivos e contas.
Sequestro de sessão: criminosos podem interceptar seu tráfego web para roubar o cookie de sessão associado à sua conexão a um site HTTP.Cookies de sessão são arquivos pequenos de texto que autenticam a conexão de um usuário a sites ou serviços durante uma sessão aberta.Ao roubar esses cookies de sessão, um criminoso pode continuar a usar sua conta após você se desconectar. Isso pode permitir que eles façam transferências bancárias da sua conta, enviem e recebam mensagens no seu nome e alterem suas senhas.
A criptografia da VPN garante que, mesmo no caso da sua conexão ser interceptada, seu tráfego não será legível, um criminoso não conseguirá roubar seus cookies de sessão e não poderá ver o destino da sua solicitação de tráfego original.
CONSELHO DE MESTRE: felizmente, a maioria dos sites e serviços usam criptografia HTTPS hoje em dia. Faz com que ataques de eavesdropping sejam bem menos comuns do que costumavam ser. Você pode verificar se está usando um site HTTPS ao procurar por um cadeado à esquerda na barra de endereço do seu navegador.
É importante notar que uma VPN não protege você totalmente contra ataques cibernéticos em redes públicas de Wi-Fi. Você ainda pode ser hackeado, mesmo ao usar uma VPN.
Há duas razões para isso:
Nem todos os protocolos VPN são seguros, e nem todas as VPNs contam com suporte para protocolos VPN seguros. A depender do seu provedor VPN, o protocolo usado e a forma que configurou sua conexão VPN, criminosos cibernéticos ainda podem quebrar a criptografia dela e expor seu tráfego web.
As VPNs não oferecem proteção contra todos os tipos de malware. Uma VPN não impede você de revelar informações confidenciais, nem baixar spyware ou vírus no seu dispositivo em um golpe de phishing.
2. Acessar conteúdo geograficamente bloqueado
Quando você se conecta a um servidor VPN, os sites e aplicativos que usa veem o endereço IP do servidor VPN em vez do seu “verdadeiro”.
Ao se conectar a um servidor VPN em um país ou região diferente, é possível usar a VPN para camuflar sua localização e acessar sites geograficamente bloqueados de qualquer lugar do mundo.
Usamos uma VPN para desbloquear conteúdo geograficamente restrito de outras regiões da Netflix.
Alguns dos benefícios de usar uma VPN para desbloquear conteúdo geograficamente restrito incluem:
Acessar filmes e séries adicionais em plataformas de streaming. Devido a regras de licenciamento, vários sites e serviços alteram ou limitam o conteúdo apresentado com base no endereço IP e localização física do usuário.Serviços de streaming como a Netflix e o Disney+, por exemplo, mostram um catálogo completamente diverso de filmes e séries a usuários de países diferentes.Com uma VPN, você pode “desbloquear” a seleção completa do material de streaming disponível nesses sites.
Desbloquear conteúdo geograficamente restrito. Outras plataformas, como o BBC iPlayer ou o Hulu, são acessíveis apenas a usuários de um país em especial. Ao se conectar a um servidor VPN naquele país, é possível desbloquear esses serviços e ver o conteúdo restrito.
NOTA: sites de notícias regionais também podem bloquear o acesso de visitantes de fora da sua região para impedir o congestionamento de servidores. Você pode usar uma VPN para desbloquear esses sites exatamente da mesma maneira.
Contornar bloqueios esportivos para assistir a jogos locais. Restrições de transmissão, por vezes, proíbem que jogos da NBA e da MLB sejam transmitidos em áreas locais.Você pode usar uma VPN para alterar seu endereço IP para fora da zona de bloqueio local, assim obtendo acesso a MLB.tv, NBA League Pass e outros serviços de streaming ao vivo bloqueados.
Assistimos a jogos NFL fora de mercado gratuitamente com a Windscribe.
Jogar títulos geograficamente restritos ou encontrar lobbies mais fáceis. É possível usar uma VPN para acessar jogos bloqueados na sua localização. Por exemplo, gamers da Índia podem usar uma VPN para jogar PUBG Lite.Outra vantagem de usar uma VPN para jogar é que pode evitar algoritmos de matchmaking baseado em habilidades (SBMM) em jogos como Call of Duty.Esses algoritmos apenas se aplicam a localizações com um grupo de jogadores amplo o suficiente. Ao usar uma VPN para alterar a sua localização para outra com um conjunto de jogadores mais enxuto, muitas vezes é possível evitar o algoritmo de SBMM e acessar lobbies mais fáceis.
NOTA: em algumas plataformas de e-commerce, como o Steam, você também pode usar uma VPN para acessar datas de lançamento antecipadas de certos jogos e outros produtos.
Evitar a discriminação de preços enquanto faz compras. Empresas de aluguel de carro, companhias aéreas e outros sites de e-commerce muitas vezes usam seu endereço IP para inflar os preços apresentados de acordo com sua localização. Usar uma VPN irá permitir que você camufle sua localização e, dessa forma, “desbloqueie” preços mais baratos.
Quando o assunto é o desbloqueio de conteúdo geograficamente restrito com uma VPN, é importante saber que nenhuma VPN funciona 100% do tempo.
Sites de streaming, de jogos e de compra sempre tentam detectar e bloquear conexões VPN e há, inevitavelmente, momentos em que conseguem fazer isso. Provedores de VPNs pagas sempre atualizam o conjunto de endereços IP oferecidos para anteciparem esses bloqueios, mas eles ainda ocorrem ocasionalmente.
O seu endereço IP também não é a única maneira que sites podem identificar sua localização. Todas as empresas, incluindo Google, TikTok, Snapchat, Uber e Tinder, usam fontes alternativas de informações, como GPS, monitoramento de localização de Wi-Fi, HTML5 e dados DNS, para ter uma visão mais abrangente da sua localização geográfica. A maioria das VPNs não ocultam sua localização desses sites.
3. Contornar a censura e vigilância
Usar uma VPN faz com que seja muito mais desafiador para sites, anunciantes, empresas Big Tech, governos, empregadores e administradores de Wi-Fi rastrearem e monitorarem sua atividade de navegação.
Isso não somente ajuda a proteger sua privacidade online, como também ajuda você a contornar bloqueios de sites na escola e no trabalho ou contornar a censura imposta por governos.
Confira uma visão mais detalhada de cada um desses casos de uso:
Contornar a censura e monitoramento em massa
Governos em dezenas de países usam técnicas de rastreamento e de Profiling para realizar a vigilância em massa dos seus cidadãos.
Em alguns casos, os governos desses países trabalham em conjunto para criar alianças de vigilância global. A mais poderosa delas é conhecida como Aliança Cinco Olhos.
Essas medidas de vigilância muitas vezes são acompanhadas de regimes de censura que usam firewalls para bloquear acesso a sites, recursos e informações online específicos.
Quase todos os países censuram o acesso dos cidadãos à internet em algum nível. Exemplos desse tipo de censura online podem incluir:
Banir sites de apostas e de pornografia em prol da segurança pública.
Censurar postagens específicas de redes sociais, publicações de jornais ou plataformas de blog para limitar o acesso de cidadãos a informações.
Bloquear ferramentas de comunicação e aplicativos de mensagens, como o WhatsApp, Viber e Skype para impedir protestos e silenciar a oposição política.
Desconectar a internet completamente para manter o controle durante eventos significativos.
Usar uma VPN pode ajudar você a se esconder das medidas de vigilância do governo. As melhores VPNs até mesmo permitem contornar algumas formas de censura.
Usamos a Astrill VPN para desbloquear o YouTube na China.
A ferramenta faz isso ao criptografar o real destino das suas solicitações de tráfego. Isso impede que seu provedor de internet veja os sites que visita e permite que você evite detecção pelo firewall, assim possibilitando o acesso a uma internet gratuita e aberta.
Vale a pena ressaltar que usar uma VPN não protege você completamente da vigilância governamental. As autoridades têm o poder de compelir provedores de internet, donos de sites e aplicativos que você usa, e às vezes até mesmos os próprios provedores VPN, a registrar e compartilhar os logs da sua atividade de navegação web.
Caso eles inspecionem sua conexão, agentes governamentais também veem que está usando uma VPN. Você pode acabar tendo sérios problemas se VPNs forem ilegais no seu país. A única maneira de ocultar que está usando a ferramenta é usar uma tecnologia de ofuscação VPN.
Desbloquear sites na escola e no trabalho
Escolas, universidades e ambientes de trabalho monitoram com regularidade a atividade web de alunos e funcionários na rede local. Essas instituições podem até mesmo implementar bloqueios de conteúdo e restrições de censura próprios.
No geral, são medidas relacionadas à produtividade. Por exemplo, as escolas tendem a bloquear sites de jogos e serviços de mensagem, já empregadores podem bloquear sites de mídias sociais e plataformas de streaming de vídeo, como o YouTube.
As escolas muitas vezes impõem restrições no acesso a sites de jogos.
Você pode usar uma VPN para acessar sites e serviços bloqueados na escola e no trabalho. A criptografia da VPN oculta o real destino do seu tráfego web, permitindo que você contorne o firewall da rede.
Tenha em mente que seu empregador ou o administrador de Wi-Fi pode ver que o seu tráfego web está indo para um servidor VPN, mesmo que não possa ver aonde vai depois.
Ele pode monitorar o que você está fazendo usando um software de monitoramento de tela ou keyloggers pré-instalados. Uma VPN não pode ajudar nesses casos.
Evitar redes de anúncio e bloqueios de IP
Seu endereço IP e localização geográfica não são as únicas informações pessoais expostas aos sites e aplicativos que usa. Eles também podem ver dados sobre:
Seu dispositivo, o sistema operacional e como está configurado.
Sua atividade de navegação no site deles, incluindo arquivos que baixar ou fizer upload.
A frequência em que visita o site e data e horas específicas das suas visitas.
Quando todas essas informações são combinadas ao seu endereço IP e elementos adicionais como cookies e scripts de rastreamento, sites podem ter uma ideia completa de quem você é e do que gosta de fazer online. Esse processo é conhecido como Profiling, a criação de perfis.
Estes podem ser usados para enviar anúncios personalizados, aumentar preços de produtos em que demonstrou interesse anteriormente, ou até mesmo banir você do site completamente.
Para piorar, essas informações podem ser vendidas para data brokers e redes de publicidade, que podem ser combinadas a “perfis” de outros sites para elaborar uma ideia ainda mais holística sua.
Usar uma VPN não oculta sua atividade nesses sites, mas torna sua identificação muito mais difícil. Sua atividade fica associada ao endereço IP do servidor VPN. Por isso, é muito mais difícil agregar suas atividades em diversos sites e serviços.
4. Impedir o rastreamento e limitação de provedores de internet
Seu provedor de internet é a empresa que fornece a você o acesso à internet.
Seja a conexão por meio do seu roteador Wi-Fi ou pela rede de dados celulares do seu telefone, todos os dados enviados e recebidos pelo seu dispositivo precisam ser transmitidos pela infraestrutura de rede do provedor para que você se mantenha conectado à internet.
Seu provedor de internet pode ver vários dados da sua atividade online, incluindo:
Quais sites e aplicativos que usa
Data e hora de quando os acessou e por quanto tempo
Quaisquer arquivos que baixou ou fez o upload
As páginas específicas que visitou, vídeos que assistiu e informações que inseriu nesses sites, caso não sejam criptografados por HTTPS
Dados sobre o(s) dispositivo(s) que usa, como resolução de tela, informações de sistema operacional e endereço MAC
Endereço IP e localização geográfica
Em muitos países, incluindo no Reino Unido, nos EUA, na Austrália e na maioria da UE, provedores de internet são legalmente obrigados a registrar essas informações e reter logs das atividades dos usuários por um longo período de tempo.
Esses logs podem ser então:
Compartilhados com autoridades policiais
Usados para ganho comercial
Roubados por criminosos cibernéticos
Seu provedor de internet também pode usar as capacidades de rastreamento dele para ativamente reduzir suas velocidades de conexão dem períodos de alta demanda, caso esteja realizando atividades de alto consumo de largura de banda, como assistir a streaming, baixar torrent ou jogar online. Essa prática é conhecida como limitação do provedor de internet.
A limitação de internet reduz a velocidade da conexão e a largura de banda disponível.
Usar uma VPN pode impedir o rastreamento pelo provedor de internet e diminuir a limitação do provedor de internet. A criptografia da VPN transforma todos os seus dados de navegação em uma sequência ilegível de letras e números. Seu provedor de internet não conseguirá ver os sites que você visita e assim não poderá limitar suas velocidades com base na sua atividade.
Essa criptografia não impede que seu provedor de internet mantenha logs da sua atividade online, mas irá tornar esses logs praticamente inúteis para fins publicitários, de vigilância e até mesmo criminosos.
Por mais que não impeça todos os tipos de limitação do provedor de internet, por impedir a ativação de certas medidas automatizadas, oferece, dessa forma, uma experiência de jogo, streaming ou download torrent mais estável.
CONSELHO DE MESTRE: usar uma VPN irá ocultar os sites que visita do seu provedor de internet, empregador ou escola. No entanto, páginas web, pesquisas e vídeos específicos quase sempre já são ocultados por criptografia HTTPS. Por isso, não precisa de uma VPN para proteger sua privacidade dessa maneira
Usar uma VPN não esconderá seu consumo de dados geral do seu provedor de internet ou operadora de celular. Como os dados ainda precisam passar pela infraestrutura da rede, as empresas ainda podem ver exatamente quanta largura de banda está usando, mesmo que não consigam decifrar exatamente no quê.
Seu provedor de internet também saberá que está usando uma VPN, porque precisa saber o endereço IP do servidor VPN para enviar o tráfego. Isso significa que o governo, a polícia e qualquer um com quem seu provedor de internet compartilhar informações também saberá que você está usando uma VPN.
Quais são as limitações de uma VPN?
VPNs têm suas limitações e desvantagens. De fato, a maior armadilha em que os usuários podem cair é acreditar que uma VPN os torna invencíveis online. Não é o caso.
Confira alguns dos equívocos mais comuns sobre VPNs:
Uma VPN não dá a você um anonimato total online. Não protege você de diversos tipos de técnicas de identificação e monitoramento. É apenas uma camada de proteção e não deve ser vista como uma solução universal.
Uma VPN não permite que você acesse serviços de streaming gratuitamente. Uma VPN permite que assista a vídeos restritos geograficamente, mas você ainda precisa de uma assinatura válida para acessar o serviço de streaming.
VPNs não têm servidores em todos os países ou regiões. Antes de adquirir uma assinatura, deve verificar se o provedor escolhido tem um servidor VPN na localização desejada.
Uma VPN não permite que você compre jogos por um preço mais baixo ou antes da data de lançamento. No PlayStation não é possível fazer isso sem criar uma conta PSN. No Xbox, é possível, mas você não precisa de uma VPN para isso.
Uma VPN não oferece uma proteção completa contra discriminação de preços. Sites podem usar cookies e outras medidas de rastreamento para registrar sua localização e interesse em um produto e, consequentemente, aumentar o preço.
Como já vimos, até mesmo as melhores VPNs não oferecem um anonimato total online, nem proteção completa contra malware e ataques cibernéticos, São equívocos comuns que dão uma sensação falsa e perigosa de segurança aos usuários.
Para piorar, no caso de algumas VPNs, é mais perigoso usá-las do que navegar na internet sem uma VPN. Isso ocorre porque você deixa sua privacidade e segurança totalmente nas mãos do seu provedor VPN.
Nessa seção, delineamos algumas das principais limitações e perigos de usar uma VPN. Leia nosso guia completo sobre as desvantagens de usar uma VPN para obter uma análise aprofundada, ou pular essa parte para saber.
Centralização de riscos
Quando você usa uma VPN, a empresa é a única entidade que pode ver quem você é e o que faz enquanto navega na Web.
É necessário ter extrema confiança no provedor VPN. Precisa confiar nele para acessar:
Seu nome e dados de contato (p.ex., endereço de e-mail)
Seus dados de pagamento
Endereço IP e localização geográfica
Sua atividade de navegação, incluindo:
quais sites e aplicativos que usa,
quando os acessou e por quanto tempo,
todos os arquivos que baixou e fez upload,
o conteúdo específico de todo tráfego HTTP (p.ex., senhas e mensagens)
VPNs pagas ignoram totalmente essas informações e as melhores chegam a até implementar medidas explícitas, como servidores sem disco, para impedir o acesso a elas.
Mesmo que não as vendam ativamente, esses logs de VPN deixam você mais vulnerável a ataques criminosos e roubo de identidade.
NOTA: alguns provedores VPN sabidamente injetam anúncios ou malware nas sessões de usuário e incluem backdoors nos produtos, permitindo que autoridades policiais espionem a atividade de usuários em tempo real.
O provedor VPN é sua maior vulnerabilidade ao usar uma VPN.
Caso a empresa da VPN seja controlada por alguém malicioso ou incompetente, sua identidade, atividade de navegação e informações sensíveis ficam ainda mais expostas do que em conexão com a Web sem uma VPN.
Profiling por Big Techs
Ao ocultar seu endereço IP e camuflar sua localização, uma VPN dificulta, em muito, que sites e serviços usados rastreiem suas atividades até você, mas não faz com que isso seja impossível.
Empresas Big Tech, como Google, Meta e Amazon, têm várias técnicas para identificar você. Uma VPN não oferece proteção contra várias delas.
A forma mais simples é sua conta ou perfil pessoal. Caso esteja conectado à sua conta Google ou Facebook, é extremamente fácil rastrear sua atividade até você e sua conta. Usar uma VPN para ocultar seu endereço IP enquanto navega online não fará diferença.
Mesmo que não esteja em conexão à conta, essas empresas têm dinheiro e recursos o suficiente. Ou seja, caso use os produtos com frequência, é provável que consigam identificar você por a href=”/vpn-explained/#cookies-and-profiling”>outros meios com facilidade.
Usar uma VPN é um empecilho para esse tipo de Profiling pelas Big Techs, mas, por si só, não consegue impedi-lo.
Ainda que use uma VPN com a rede Tor, sem acessar nenhuma conta, em um dispositivo sem GPS, é quase impossível se ocultar completamente dessas empresas sem alterar significativamente a maneira que navega e os serviços online que usa.
Cookies e Profiling
Anunciantes, provedores de internet e governos ainda têm meios de monitorar e criar um perfil seu, mesmo quando utiliza uma VPN.
Essas entidades não terão o luxo de monitorar sua atividade de conta, mas ainda têm diversas outras técnicas e métodos disponíveis. Entre eles temos:
Scripts de cookies e rastreamento: Tsão arquivos pequenos usados por sites e aplicativos para identificar você em várias sessões de navegação. São armazenados no seu navegador web e contêm informações como seu nome, localização e preferências de navegação, permitindo assim que sites reconheçam você sem usar seu endereço IP.
Impressão digital de dispositivo e navegador: toda vez que se conectar a um site ou serviço online, você revela partes de informações sobre seu dispositivo, navegador e sistema operacional. Isso pode incluir o tipo de dispositivo, resolução de tela e brilho, configurações de navegador e todas as extensões que utilizar. Juntos, esses dados criam uma “impressão digital” única a você.
Usar uma VPN não é uma garantia de anonimato online. Há várias maneiras para autoridades, provedores de internet, anunciantes, empresas de tecnologias, sites e até mesmo criminosos cibernéticos identificarem, monitorarem e criarem um perfil seu, mesmo com uma VPN.
Caso seu objetivo seja obter privacidade, você deve complementar a sua VPN da seguinte forma:
Desligando o JavaScript
Bloqueando cookies de terceiros
Usando bloqueadores de rastreamento e anúncios (p.ex. o Privacy Badger da EFF)
Usando modo incógnito/navegador privado ou deletando cookies de rastreamento após toda sessão.
Malware e ataques cibernéticos
A criptografia da VPN ajuda a impedir que atores maliciosos vejam ou manipulem seu tráfego web.
Porém, há várias outras formas para um malware infectar seu dispositivo e uma VPN não pode proteger você delas.
Em especial, uma VPN não protege contra ataques de engenharia social que convencem você a clicar em um link ou baixar um arquivo que contenha malware. Também não impede você de responder a e-mails ou SMSs de phishing com informações sensíveis.
Velocidades de conexão
Ao usar uma VPN, seu tráfego usa um caminho mais longo até seu site ou aplicativo desejado.
Inevitavelmente, isso aumenta a quantidade de tempo que seus dados levam para chegar ao seu destino, acarretando uma redução da velocidade da sua conexão.
De acordo com nossos testes, até mesmo as VPNs mais rápidas reduzem suas velocidades de conexão em cerca de 4% a 6%. Isso pode aumentar ainda mais caso use uma VPN mal configurada ou conecte-se a um servidor VPN altamente congestionado.
Para alguns, é uma concessão aceitável para obter as vantagens de uma VPN. Para outros, o tempo de carregamento adicional, buffering de vídeo e qualidade de imagem reduzida podem não valer a pena.
Riscos de segurança (logs, vazamentos, jurisdições)
As VPNs não são seguras por padrão. Como já vimos, a segurança de uma VPN depende da confiabilidade da empresa que a oferece. Caso a empresa decida manter logs das suas atividades, ou seja obrigada a fazê-lo legalmente, a VPN é praticamente inútil em termos de privacidade e segurança.
Para evitar esses riscos, você precisa de uma VPN com uma política de zero log verificada de forma independente. Também vale a pena verificar a jurisdição da empresa VPN em si. Diz muito sobre a probabilidade de a empresa ser instruída por governos a manter logs da sua atividade.
Você também precisa de uma VPN controlada por uma empresa competente. Caso sua VPN use protocolos de criptografia fracos ou for mal configurada, há uma alta probabilidade de que pode vazar seu endereço IP verdadeiro ou não conseguir proteger seu tráfego web.
Como funciona uma VPN?
Uma VPN estabelece uma conexão criptografada entre o seu dispositivo e um servidor VPN remoto. Essa conexão segura é conhecida como túnel VPN.
Após a conexão, todos os dados saindo do seu dispositivo são repassados pelo túnel VPN para o servidor VPN. Depois, o servidor VPN os encaminha para o site visitado, aplicativo usado, ou a rede corporativa acessada remotamente.
Dados do site ou aplicativo retornam ao seu dispositivo pelo mesmo caminho. Eles, primeiramente, são enviados para o servidor VPN, e depois transferidos através do túnel VPN até o seu dispositivo.
Há cinco etapas principais nesse processo:
1. Handshake e autenticação
Em primeiro lugar, o software VPN no seu dispositivo e o servidor VPN se autenticam entre si. Isso é conhecido como Handshake de VPN.
Durante o Handshake, o cliente VPN inicia uma conexão com o servidor VPN, indicando a intenção de estabelecer um túnel seguro. Os dois computadores então verificam as identidades um do outro com uma senha, certificado digital ou outro método de autenticação.
Assim que a autenticação for finalizada, essa conexão é usada para compartilhar com segurança uma “chave” de criptografia entre cliente e servidor. Essa chave é usada para criptografar e descriptografar os dados em ambas as pontas do túnel VPN durante toda a sua sessão de navegação.
CONSELHO DE MESTRE: para ter acesso aos Handshake VPN mais rápidos e mais seguros, procure por VPNs que usam os algoritmos RSA-2048 ou RSA-4096 (e não o RSA-1024). Para obter uma maior proteção, também recomendamos usar protocolos VPN configurados com Perfect Forward Secrecy.
2. Criptografia
Com a conexão ao servidor VPN estabelecida, o cliente VPN no seu dispositivo então usa a “chave” acordada e uma cifra de criptografia para criptografar toda a sua atividade de internet.
Em termos simples, isso significa que todos os dados de texto simples associados a suas solicitações de tráfego web serão convertidas em sequências de letras e números inteligíveis apenas para quem tem a chave de descriptografia.
Tráfego web antes e após conexão a uma VPN com criptografia AES-256.
3. Encapsulamento
Seu tráfego criptografado é encapsulado em uma camada adicional de tráfego descriptografado, que contém informações sobre como repassá-lo ao servidor VPN. Esse processo é conhecido como encapsulamento e realizado por protocolos de tunelamento.
É como pegar um envelope com uma carta dentro e inseri-lo em um segundo envelope destinado a um novo endereço. A mensagem verdadeira fica totalmente ocultada para o mundo exterior.
Seu cliente VPN então envia o tráfego encapsulado para o seu provedor de internet, que o envia para o servidor VPN. Durante a criptografia, o provedor de internet só pode ver o endereço IP do servidor VPN.
4. Descriptografia, encaminhamento e nova criptografia
Após chegar no servidor VPN, essa camada de encapsulamento é removida e os dados originais são descriptografados com a chave de criptografia.
É como abrir a camada externa da carta para revelar a mensagem original, assim permitindo que o servidor VPN tenha acesso ao destino real da sua solicitação de conexão.
O servidor pode então encaminhar sua solicitação para o site, serviço ou aplicativo desejado.
Quando o servidor web envia a você a informação solicitada de volta, ele a envia para o servidor VPN, onde ocorre outra criptografia e a informação é passada novamente pelo túnel VPN até chegar ao dispositivo.
O software do cliente VPN no seu dispositivo descriptografa os dados para aparecerem legíveis na sua tela.
5. Autenticação por Hash
Como uma última precaução, a VPN também usa algoritmos de Hash seguro (SHA) para autenticar a integridade de dados transmitidos e conexões entre cliente e servidor. Isso garante que nenhuma informação seja alterada na transferência entre fonte e destino.
Se a mensagem alternativa que o cliente gerar diferir da mensagem alternativa gerada pelo servidor, isso significa que a mensagem foi adulterada e os dados são rejeitados. Caso sejam idênticas, os dados são aceitos.
NOTA: a autenticação por Hash SHA é essencial para impedir ataques man-in-the-middle.
Protocolos VPN e cifras de criptografia
Esse processo pode envolver protocolos e cifras de criptografia diferentes, a depender da VPN que usar e como ela estiver configurada.
O protocolo VPN determina como o túnel VPN é formado, nquanto a cifra de criptografia é usada para criptografar os dados que passam pelo túnel.
A depender do protocolo usado, uma VPN pode ter velocidades, capacidades e vulnerabilidades diferentes. A maioria delas permite que escolha o protocolo que gostaria de usar nas configurações do aplicativo.
Veja um resumo rápido dos protocolos VPN mais comuns:
OpenVPN: código aberto, seguro e compatível com quase todos os dispositivos que permitem VPNs.
WireGuard: muito rápido, seguro e com consumo eficiente de dados.
IKEv2/IPsec: excelente para usuários de VPNs móveis, mas possível comprometimento pela NSA.
SoftEther: ótimo para contornar a censura, mas várias VPNs não contam com suporte para o protocolo.
L2TP/IPsec:um protocolo mais lento, com suspeita de hackeamento pela NSA.
SSTP: lida bem com firewalls, mas pode ser vulnerável a ataques man-in-the-middle.
PPTP: ultrapassado, inseguro e deve ser evitado.
A cifra de criptografia é o algoritmo (p.ex. um conjunto de regras) usado para criptografar e descriptografar dados.
As cifras em geral são emparelhadas com uma chave de comprimento específico. No geral, quanto maior o comprimento da chave, mais segura será a criptografia. Por exemplo, a AES-256 é considerada mais segura que a AES-128. Quando possível, recomendamos usar uma VPN com criptografia AES ou ChaCha20.
Provavelmente irá diminuir suas velocidades de conexão e pode atrair atenção indesejada da sua escola, empregador ou governo. A depender de onde você mora, pode acabar tendo problemas legais. Por isso, vale a pena pensar se realmente precisa de uma VPN.
No fim das contas, todos os usuários de internet precisam decidir por conta própria se uma VPN é um investimento que compensa tendo em vista questões de orçamento, localização, hábitos de navegação, dispositivo(s), entre outras.
Confira abaixo nossas recomendações gerais sobre quem deve ou não usar uma VPN:
Use uma VPN se:
Usar hotspots Wi-Fi públicos com frequência. A razão mais comum para usar uma VPN é proteger-se de ataques cibernéticos no Wi-Fi público e em outras redes compartilhadas. Ainda que essas redes sejam bem menos arriscadas do que costumavam ser, ainda apresentam o risco de certos ataques de eavesdropping e man-in-the-middle.
Quiser assistir a filmes e séries com restrição geográfica de outro país. Uma VPN é de longe a maneira mais eficaz de desbloquear conteúdo de streaming restrito geograficamente em plataformas como a Netflix, a HBO Max e o BBC iPlayer.Caso use com frequência serviços de streaming enquanto viaja ou simplesmente queira acessar filmes e séries “ocultos” em casa, recomendamos, sem sombra de dúvida, usar uma VPN.
Não quiser seu provedor de internet monitorando, registrando e lucrando com sua atividade web. O monitoramento por provedores de internet é uma parte inevitável de se usar a internet. Você precisa de um provedor para se conectar à internet e, em vários países, não há muito o que os desestimule de vender os dados da atividade online de usuários.Uma VPN é a ferramenta mais prática que pode usar para impedir que isso ocorra rotineiramente, mesmo que não proteja você completamente da vigilância do provedor de internet.
Considere usar uma VPN se:
Estiver tentando contornar medidas de censura governamental ou evitar a vigilância em massa. As melhores VPNs irão contornar os bloqueios de sites e acessar informações censuradas em países como a China e a Rússia. A maioria das VPNs também oferecem um nível de proteção contra medidas de vigilância estatais e globais.Uma VPN é uma ferramenta para visitantes e residentes desses países. No entanto, os governos podem sempre usar outros métodos de vigilância e por vezes até obrigar provedores VPN a entregar logs das atividades que você realiza.Recomendamos usar uma VPN como uma primeira medida, mas talvez seja interessante considerar outras ferramentas como o navegador Tor.
Tiver interesse em aprimorar sua experiência ao jogar online. Usar uma VPN pode permitir que jogue títulos bloqueados na sua localização ou restritos na sua rede local. Pode ainda ajudar você a ter um acesso a lobbies de jogos mais fáceis, evitar a limitação do provedor de internet e a se proteger de ataques de negação de serviço (DoS).Se achar essas vantagens atrativas, considere usar uma VPN. Tenha em mente que a maioria dos consoles não é compatível com aplicativos VPN. Você precisa adquirir um roteador VPN nesse caso.Contudo, muitos gamers não precisam usar uma VPN. Ela não aumenta suas velocidades de conexão, nem reduz lag, nem protege contra ataques distribuídos de negação de serviço (DDoS).
Não use uma VPN se:
Estiver em busca de uma proteção total contra malware, ataques de phishing e fraude de identidade. Uma VPN não é o mesmo que um software de antivírus. Não impede que você baixe vírus, spyware e outros tipos de malware no seu dispositivo caso clique em um hiperlink ou anexo de e-mail maliciosos.Também não impede que revele informações pessoais a golpistas em um ataque de phishing, o que pode deixar você vulnerável a doxxing, hackeamento ou roubo de identidade.Não é para isso que VPNs servem, por isso não recomendamos usar uma para essa finalidade.
Devo usar uma VPN em casa?
As VPNs funcionam tão bem em redes Wi-Fi domésticas quanto em redes públicas e redes de escolas, universidades e ambientes de trabalho.
Entretanto, ao contrário de redes compartilhadas, é muito improvável que sua rede Wi-Fi doméstica seja substituída por um “hotspot falso” malicioso, ou que criminosos cibernéticos monitorem sua conexão.
É improvável que sua rede doméstica bloqueie o seu acesso a certos sites e serviços. O administrador da rede Wi-Fi também não deve monitorar, nem registrar sua atividade, ao contrário do que ocorre em ambientes de ensino e de trabalho.
Por isso, nem sempre é necessário usar uma VPN em casa. Para alguns usuários, pode simplesmente desacelerar suas velocidades de conexão sem benefícios claros.
Dito isso, uma VPN doméstica ainda pode valer a pena caso queira:
Impedir que seu provedor de internet monitore, registre e compartilhe sua atividade de navegação web.
Impossibilitar que seu provedor de internet limite suas velocidades de conexão para atividades de alto consumo de largura de banda.
Camuflar sua localização para desbloquear sites e conteúdo geograficamente restrito.
Evitar bloqueios de site por IP direcionados ao endereço IP do seu Wi-Fi doméstico.
Contornar censura estatal e navegar pela internet livremente.
Dificultar o monitoramento por governos e rastreio por empresas Big Tech.
Acessar com segurança arquivos e software corporativos enquanto trabalha de casa.
Proteger-se de ataques cibernéticos de outros usuários da rede (caso o seu Wi-Fi doméstico seja uma rede residencial compartilhada com outros usuários).
Devo usar uma VPN no celular?
Considerando quantas informações privadas e sensíveis são armazenadas e compartilhadas nos nossos celulares, pode-se dizer que é mais importante usar uma VPN no seu celular do que no laptop ou desktop.
Também tendemos a nos conectar a uma maior variedade de redes Wi-Fi públicas quando usamos o celular, aumentando, potencialmente, o risco de encontrarmos hotspots desprotegidos, fracos ou até mesmo falsos.
Por isso, recomendamos usar uma VPN no seu celular caso, com frequência, viaje e conecte-se a hotspots Wi-Fi públicos em aeroportos, hotéis e cafeterias.
Também vale a pena ressaltar que operadoras de celular, como a Vivo e a Oi, são provedoras de internet à sua maneira. Em vários países, isso significa que são obrigadas a rastrear e manter logs da sua atividade de navegação web e uso de aplicativos enquanto seu dispositivo estiver conectado a dados celulares (por exemplo, 3G, 4G, 5G). A criptografia da VPN torna esses logs indecifráveis.
CONSELHO DE MESTRE: recomendamos usar o protocolo VPN IKEv2 ao usar um smartphone. É menos seguro que os protocolos padrão OpenVPN e WireGuard, mas é especificamente projetado para lidar com as trocas frequentes entre redes Wi-Fi e móveis.
Há duas desvantagens importantes a se considerar ao usar uma VPN no seu celular:
A criptografia VPN significa que usar uma VPN no seu celular irá aumentar seu consumo de dados. Caso sua operadora limite seu consumo de dados mensal, ou você pague por dados de roaming internacional, pode ser melhor não usar uma VPN.
É menos provável que sites e serviços usem geolocalização por IP para determinar sua localização quando estiver conectado em um celular. Em vez disso, eles podem usar o GPS integrado do dispositivo. Atualmente, as únicas VPNs que conseguem camuflar sua localização GPS são a Surfshark, a IVPN e a Windscribe.
Devo deixar a VPN sempre ligada?
Se sua principal preocupação for ocultar sua atividade online, vale a pena deixar sua VPN sempre ligada. Você ficará exposto quando não estiver usando uma VPN.
Caso tenha mais interesse em desbloquear restrições geográficas, contornar bloqueios de IP ou acessar outros tipos de sites bloqueados, você não precisa deixar sua VPN conectada o tempo todo.
No geral, não há problema em manter sua VPN ativada, mas é algo que frequentemente leva a velocidades de conexão mais lentas, consumo de largura de banda mais alto e uma maior probabilidade da sua conexão ser bloqueada por sites e serviços que não permitem VPNs.
CONSELHO DE MESTRE: certas atividades na sua rede local, como transmitir conteúdo de vídeo na sua TV ou se conectar a uma impressora doméstica, não funcionam enquanto estiver conectado a uma VPN.
O que devo buscar em uma VPN?
Confira alguns dos recursos mais importantes a se procurar para escolher uma VPN segura e de alta qualidade:
Proteção de endereço IP: procure por VPNs que oferecem IP dedicado, DNS, WebRTC e ferramentas de proteção contra vazamento de IPv6, assim garantindo a proteção do seu endereço IP.
Protocolos VPN e criptografia robustos: uma VPN precisa usar protocolos avançados, como OpenVPN ou WireGuard, e uma cifra de criptografia como a AES-256 ou a ChaCha20.
Política de zero log e servidores sem disco: uma VPN confiável não deve manter logs que possam ser usados para vincular sua atividade de internet a você. Procure por uma VPN com uma política de zero log e servidores sem discos (apenas RAM).
Rede de servidores sem disco: Lprocure por uma VPN com uma rede grande de servidores, distribuídos em uma ampla diversidade de localizações. É importante para acessar conteúdo geograficamente restrito, garantir velocidades de conexão altas e encontrar alternativas rápidas quando sua conexão VPN for bloqueada.
Kill Switch de VPN: uma VPN segura precisa de um Kill Switch de VPN que automaticamente se desconecte da internet caso a conexão VPN falhe.
Recursos adicionais: as melhores e mais versáteis VPNs incluem recursos adicionais como ofuscação, servidores DNS próprios e Double VPN. Muitas vezes, esses recursos são particularmente importantes para usuários em países com uma regulamentação online rígida, como a da China.
Compatibilidade com dispositivos: uma boa VPN deve oferecer aplicativos VPN nativos para o máximo de dispositivos o possível, de smartphones iOS e Android a PCs Windows e macOS. Deve ainda oferecer compatibilidade para roteadores e extensões VPN para Chrome e Firefox.
Suporte ao cliente: um suporte ao cliente responsivo e estável é essencial. Procure por um serviço com assistência por chat ao vivo 24h que ajude você a solucionar, em tempo hábil, qualquer problema de conexão, velocidades lentas ou dificuldades de streaming.
Os criminosos também podem manipular seu tráfego web ao injetar malware para rastrear ou alterar sua atividade de internet, roubar informações pessoais armazenadas no dispositivo, ou até mesmo impedir que você acesse seus próprios arquivos e contas.
